sexta-feira, 13 de março de 2009

Sobre os 300km e outras distâncias

Devo desde já assinalar que não pretendo estar constantemente a repetir-me para que assim consiga chegar a ouvidos mais teimosos. Nada venho acrescentar em minha defesa, pois se algum crime cometi foi este que me tem levado a dedicar muito tempo do meu quotidiano à nossa terra e à nossa região, sem esperar nada em troca, apenas na esperança de ser ouvido e de às minhas palavras serem acrescentadas outras, para que assim se construa algo de positivo. Embora a este respeito seja um facto que a opção inicial, que a qualquer momento pode ser alterada, de se permitirem comentários anónimos leve alguns visitantes quase a conseguirem atingirem os seus objectivos, pois tanta vontade têm em desconstruir que cansa. Creio que este ano será esse o tom, pois eleições não faltam e todos esses peões parecem ter um papel a desempenhar. Como digo, o que hoje é anónimo poderá mudar, só não se optou ainda por essa saída porque pagariam uns pelos outros, na medida em que assim não necessitam de registo no gmail para participarem.
Vem tudo isto um pouco a propósito dos tais 300 km, sendo que essa me parece uma falsa questão, pois a dedicação e a vontade em se participar acontece onde quer que se esteja. O que constato é que a proximidade torna as pessoas apáticas, indiferentes mesmo ao que está todos os dias à sua porta, por exemplo, podem ver a água da rede pública com uma fuga, podem sair do local com os pés molhados mas no momento seguinte não me espanta negarem que viram alguma coisa ou se viram logo acusam a autarquia, o governo ou o Estado de incompetência e de nada fazerem, quando é seu dever na qualidade de cidadão alertarem quem de direito, sem a desculpa que pagam os seus impostos. O país não muda de rumo, nem a região mudará de rumo, sem que os cidadãos o assumo na sua acção quotidiana. Basta de paternalismos, se é certo que os poderes devem igualmente assumir as suas responsabilidades, também é certo que como cidadãos somos o garante da eficácia das políticas públicas e os únicos capazes de evitar abusos, por parte de outros cidadãos e dos mesmos poderes públicos.
A este nível podemos ainda falar na defesa da causa pública, a qual não é de todo comparável com as causas de uma minoria, embora seja outra minoria, activa, interessada e zelosa da causa alheia que assume esse papel. Mas a causa pública é um desígnio de todos, lavem as mãos sim mas para a seguir arregaçarem as mangas, pois esta é uma causa que nos envolve a todos.

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