segunda-feira, 27 de julho de 2009

Comentadores de esplanada

Aproveito os últimos comentários para deixar uma breve reflexão sobre o momento político e a bem conhecida falta de massa crítica que reina pelas nossas bandas, aliás um tendência nacional que na nossa terra encontra o local ideal para efervescer, encontrando esta especial combinação de uma crise de ideias com dois períodos eleitorais. De referir que o título do texto não é uma resposta directa a ninguém, embora possa parecer uma desculpa face à velhice do blog, lamento mas não vou responder a essa questão, pois é certo e conhecido que o blog existe por culpa e capricho de uns poucos e não por colaborações mútuas. É preciso acreditar muito para continuar com iniciativas deste tipo, acreditem que sim. Pela parte que me toca, entre jornais e blogs, ultrapasso 12 anos de militância e mesmo assim contínuo a acreditar, mesmo que venham por vezes alguns apenas denegrir o que se possa dizer ou fazer. Enfim, coisas com as quais deveremos contar.

Para lá dessa tendência importa deixar uma nota sobre aquilo me levou a interromper outras reflexões e vir aqui falar sobre esta bem presente e contemporânea forma de cidadania, por vezes ao serviço de uma qualquer militância partidária, bem capaz de mudar no acto eleitoral seguinte, consoante as benesses, e expressa em diálogos acesos numa qualquer esplanada. É esse o activismo político e é essa a forma que escolhem para figurarem no que se pode apelidar de ilusória participação cidadã, que nem virtual chega a ser, pois para tal implicaria o debate efectivo de ideias e o respeito pela disciplina partidária no caso dos militantes. O que se assiste é a uma mera troca de galhardetes representados por imagens dos candidatos, desses ilustres desconhecidos, pois desconhecidas são as suas propostas. Escutam-se excessos, por vezes aludem lado rancoroso, aventureiro, outras vezes, à "obra feita", infelizmente visíveis em a mamarrachos ou obras de Stª. Engrácia. Não se faz apelo ao debate de ideias, não se conhece, em termos públicos, qualquer projecto, lá fora baloiçam nos postes de electricidade frases feitas e rostos, muito rostos, como se representassem opiniões e projectos para o concelho. Na esplanada esses rostos manifestam pela voz dos seus defensores e dos seus acusadores. Defendem-se os passeios e as avenidas que cada um construiu como se tudo isso fizesse parte de um projecto integrado, querendo-nos fazer acreditar que esses remendos são o todo.
É triste esta política, por cá, por todo o lado, é triste e despojada de conceitos e acções. Apenas feita como se cada candidatura fosse um batalhão pronto a combater os outros. Apenas feita de intrigas e batalhas campais, colocando de lado o que seria de esperar - a união em prol do concelho e da região. Fácil é concluir que esta política não nos serve, serve alguns grupos em desfavor de outros. Infelizmente quem poderia ter uma palavra a dizer ou alinha nesta luta visceral ou então limita-se a exercer o seu papel de comentador de esplanada, umas vezes concordando com uns, outras com outros. E quando alguém se atreve a propor alguma coisa logo é abafado por tais vozes, pois o direito a um lugar na esplanada dos comentários sobrepõem-se ao direito a participar na causa pública.

5 comentários:

Daniel Rodrigues disse...

Subscrevo o essencial.

Cumprimentos

Anónimo disse...

Apesar de não só assinar por baixo tudo o que o ZÉ nos disse nessa opinião observada de perto em locais eleitos para essa campanhas do bota-abaixo, tenho que dizer também que OS PARTIDOS POLÍTICOS ESQUECERAM E DEIXARAM DE TER CAPACIDADE PARA CONTINUAR A ATRAIR A SOCIEDADE CIVIL.(!!!)
Por isso, em vez de esclarecimentos concretos, esclarecedores e dinâmicos,que digam respeito ao bem-estar das populações e ás suas linhas de orientação , é que inventaram agora a campanha das comezainas, com arraiais,POR ESSE PORTUGAL FORA... Assim os seus eleitores simpatizantes e amigos ficam mais animados e prontos para outra festa...

Anónimo disse...

Ai triste povo a quem andas entregue...

Anónimo disse...

Mas digam-me uma coisa...
O Adelino sempre é candidato?
E fala-se por aí que o Minhoto também quer ir ao trono?
Será?

Anónimo disse...

Leram bem o que os anónimos das 9,49h. e o das 9,50 disseram,escreveram, sentira,,viram e têm pena de que existam "pessoas"que sirvam para que numa de bem bom ignorem as necesidades do Povo Português,especialmente os velhidos, os desempregados com largos comprimissos para serem cumpridos num espaço de tempo muito curto. Esses das festarolas à custa do erário público, vão fazendo obra, para que todos os dias saiam nos jornais as infelizes manchetes que nos obrigam a sentir que afinal o mundo é muito cruel...Assim o disse e também assim o senti.!.!.!