A dança dos lugares

Não sei se como reacção ao surto de gripe A ou então se como coreografia preparada para as festas de Agosto, o que vem a público lembra o anúncio do falido BPN com a Catarina Furtado, o qual, como se devem lembrar reproduz um jogo de outros tempos, embora aqui com o devido significado, pois na política não basta ter uma cadeira, é necessário escolher bem o modelo e a cor. Como espelho do país, assim vai a nossa terra, onde qualquer candidato X, inicialmente pelo partido Y, pode no dia da ida às urnas ser candidato pelo partido Z, pois não importam as ideias, muito menos as ideologias ou a disciplina partidária, o que interessa é garantirem um lugar elegível. Assim sendo, podemos questionar-mos para que servem estes candidatos, pois fica claro que não estão ao serviço dos eleitores. Estranha democracia esta, marcada apenas pela capacidade de influência dos candidatos nos grupos de interesse ou de interesses.
No meio de tudo isto, tal o reboliço, reinventam lugares e, ao mesmo tempo, chegam a inventar candidaturas, a tal ponto que me cheguei "a ver" numa lista, isto sem saber e sem ter qualquer interesse em tal coisa, pois como disse, até ao momento, não tenho qualquer interesse pela política partidária, nem nutro simpatia por nenhum partido. Se a abstenção ou os votos nulos fossem levados em conta seria essa a minha tendência de voto, mas infelizmente apenas são contados os votos úteis, por isso cabe a cada um decidir em quem votar, embora me questione porquê ir a votos, não reduzindo a esse gesto a participação democrática.