quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Deve a autarquia esclarecer os cidadãos?

Retomando a questão da falta de ETAR a funcionar na Póvoa da Roçada creio que a autarquia deve esclarecer os cidadãos sobre o que foi feito, se realmente deu entrada a tempo e horas uma proposta para construir nova ETAR e, mesmo nesse caso, se existe um Plano B, pois uma coisa é uma candidatura a Fundos Comunitários e a outra é obter realmente esses Fundos. Corremos sérios riscos de ser um dos concelhos responsáveis pelo insucesso das metas do PEAASAR II (2007-2013). Como tive já oportunidade de referir o segundo Plano Estratégico de Abastecimento de Água e de Saneamento de Águas Residuais adia para 2013 as metas que o primeiro destes planos, o PEAASAR I, não conseguiu concretizar até 2006, ou seja, ter uma taxa de cobertura da rede de saneamento de 90%. Na verdade, na minha opinião, dificilmente conseguirá alcançar esses objectivos em todas as Regiões Hidrográficas e se depender de Nelas a média nacional não ultrapassará 80%. Parece inacreditável, mas esbanjámos rios de dinheiro e continuamos com o mesmo problema. Sendo que não basta ter uma rede de drenagem dos esgotos, como acontece no nosso concelho, depois é preciso proceder ao seu tratamento, o que implica a existência de infra-estruturas capazes e de técnicos, pois sem eles acontece o que sempre aconteceu, muitas das Estações de Tratamento de Águas Residuais praticamente nunca chegaram a funcionar, deterioram-se por falta de técnicos ou pela falta de uma qualquer peça na engrenagem.

Nelas não pode permanecer neste estado, tem de dar um passo em frente, não no abismo pois nesse já nós estamos. Um passo no sentido de resolver os reais problemas das populações. Sim as estradas e ruas podem por vezes ser prioridade, mas sem tratamento de esgotos não temos água de qualidade, nem qualidade de vida. Com a agravante de ser uma péssima imagem numa região com a tradição no sector do turismo. Para má imagem já temos as chaminés ao alto e a floresta destruída, ora este pivete que se sente praticamente a quilómetros não ajuda em nada, além de deteriorar a qualidade de vida de quem vive mais próximo. A solução não se consegue com palmadinhas nas costas, é necessário enfrentar os problemas, e ignorar as populações também não me parece o melhor caminho, neste sentido aguardaremos por melhores dias, desde que a espera não se prolongue ad eternum.

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