quarta-feira, 8 de setembro de 2010

"O desafio para os 20 anos de Feira é a internacionalização do certame"

A Feira do Vinho do Dão terminou ontem em Nelas e a presidente da Câmara, Isaura Pedro, deixou claro que o desafio para
a comemoração dos 20 anos da Feira é a sua internacionalização.
O secretário de Estado das Pescas e da Agricultura
foi o convidado especial para a abertura do
certame, onde defendeu a qualidade e a diversidade dos vinhos portugueses

Nelas foi palco da 19.ª edição da Feira do Vinho do Dão, que encerrou ontem depois de três dias dedicados à promoção do sector vitivinícola, mais concretamente do vinho do Dão e dos seus produtores.
Na abertura do certame, a presidente da Câmara de Nelas, Isaura Pedro, anunciou que o desafio para a próxima edição da Feira é a sua "internacionalização", uma vez que a certificação de qualidade atribuída ao evento, aumentou a "responsabilidade futura".
Por isso, a autarca espera que na 20.ª edição da Feira haja uma projecção além-fronteiras, uma vez que "o reconhecimento internacional do vinho do Dão já é uma certeza", pois venceu vários prémios num concurso realizado em Itália.
A atribuição desses prémios "é mais uma constatação de que o mundo rural tem um grande potencial económico, muitas vezes desprezado pelo poder Central" que, através da "implementação de políticas centralizadoras, está aos poucos a matar o interior do país", criticou.
Isaura Pedro defendeu que é preciso adoptar políticas no sector agrícola e económico, "pois, neste momento, o incentivo ao empreendedorismo nesta área e nesta região do interior é manifestamente insuficiente".
A abertura da Feira contou com a presença do secretário de Estado das Pescas e da Agricultura, Luís Vieira, que visitou grande parte dos stands do certame. Durante a sua intervenção, o governante defendeu que a qualidade e diversidade dos vinhos portugueses são "fundamentais para se afirmarem no mercado mundial".
"Temos de apostar na diversidade dos nossos vinhos (…) porque é através da diferença que nos podemos afirmar no mundo. Temos de aproveitar o que temos de bom e apresentar vinhos diferentes dos outros", sublinhou o secretário de Estado, reforçando que Portugal tem de investir nesses "nichos de diferença e de qualidade".
Na sua opinião, "o sector dos vinhos é um sector de excelência da agricultura portuguesa" que está a ganhar cada vez mais consumidores nacionais e estrangeiros. Segundo Luís Vieira, o país está a exportar 600 milhões de euros de vinho por ano e, nos primeiros cinco meses deste ano, o vinho aumentou 12,9 por cento em valor, 6,3 por cento em volume e o preço médio subiu 6,2 por cento.
"Estamos a fazer bons vinhos e, se continuarmos assim, este sector vai continuar a afirmar-
-se como sector extremamente importante da agricultura portuguesa", acrescentou.
Aproveitou ainda a oportunidade para lembrar que, nos últimos 10 anos, o Governo reestruturou 36 mil hectares de vinha, onde foram aplicados 302 milhões de euros, dos quais 38,8 milhões foram destinados à região Centro.
O Governo tem ainda em curso um programa de apoio às empresas e aos produtores de vinho no valor de 150 milhões de euros para serem aplicados nos próximos três anos.

Duas entidades
certificadoras
Depois da sessão de abertura, Luís Silva disse aos jornalistas que a região Centro "sairia a ganhar com uma única entidade certificadora de vinhos, porque teria mais dimensão e seria melhor". "Para minha mágoa, não foi possível chegar a esse consenso, não foi possível fazer a união da região", mencionou.
Assim, foram criadas duas entidades certificadoras: a Dão Lafões e a Beiras/Bairrada e Terras de Sicó, para desagrado do Governo e contentamento dos agentes do sector vitivinícola.  



Diário de Viseu - Catarina Tomás Ferreira

2 comentários:

Anónimo disse...

Esqueceram-se de dizer que o sector está de tanga e que grande parte dos pequenos agricultores já escolheram o tipo de silva que vão deixar crescer nas suas vinhas.
Fica a duvida. Onde é que vão ser utilizados os 150 milhões?
Na plantação ou no arranque da vinha?
Quem passou pela Quinta da Cale viu perfeitamente as filas interminaveis de agricultores que foram pedir o subsidio para o arranque da vinha. Já agora, quando é que as cooperativas do Dão deixam de vender vinho espanhol? Façam o favor de apontarem na vossa agenda: está tudo de tanga. Resta o José Eduardo dos Santos que rouba o dinheiro aos angolanos e que tem investido por estas bandas e que os nossos "democratas" pouco ou nada se importam de onde é que vem esse dinheiro. Será que vamos ficar colonizados?

Anónimo disse...

as verdades não doem, entristecem-nos muito, infelizmente.
parabéns p´lo texto anterior.
Deitem cá para fora sabedoria por favor....